13 maio 2007

Como costuma dizer a minha mãe... ainda bem que eu não nasci na casa da vizinha...
BEIJÃO

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Mãe,

Pois é… o mundo cresceu e eu já não caibo mais no teu colo, mas o amor que recebi e aprendi quase, quase não cabe no meu coração. As vezes eu amo tanto que doi.

Muitas coisas mudaram, desde daquela época de pequena menina anjo/ demônio, de abraços de mão batida e sorrisos banguelas para fotografias.

Esses dias conversamos na aula sobre a formação da cultura moral. Aquela que vem de casa. Que vem de berço…. (talvez berço aquele: branco. Construído pela mão do padrinho, pelo o qual eu colocava propositalmente o meu pezinho para fora, para ficar constantente de tocando, assim… qdo tu levantava eu acordava. Berço aquele que a luiza trancou a cabeça e quase sufocou. Berço aquele pelo o qual ela passou, então, a descer livremente, pois o serramos) enfim.. voltando a formação de cultura moral, aquela que vem de berço….

Tenho muitas inseguranças na minha vida, mas tenho algumas certezas. Acho que talvez eu tenha uma certeza TÃO grande do teu amor por mim que muitas vezes sou meio relapsa, grosseira ou até mesmo insensível. Mas essa segurança nesse amor é que me toca, que dá coragem para ir. Essa segurança não vem só de lembranças, mas vem sempre em palavras e gestos de apoio e carinho, de confiança e adoração inquestionáveis.

Existe um amor e uma confiança inquestionável, indepedente do que aconteça. Lembro daquela brincadeira “se vocês brigarem eu coloco os dois num quarto até fazerem as pazes”, talvez por isso, apesar de distantes no momento, somos unidos, inquestionavelmente unidos.

Lendo algumas curiosidades descubro que o sangue do tipo B também é chamado por alguns de o sangue do homem nômade. Esse tipo de sangue surgiu no momento que o homem já havia passado de um ser carnívoro que habita suas terras e depois por um ser carnívoro que planta em suas terras para um ser que viaja e se habitua, que cria e produz em qualquer terras um ser que passa a buscar o conhecimento de novos pontos/ povos…. Provavelmente foi o humano de sangue B que desbravou o mundo (isso já é teoria minha). Duas meninas B-.. que pressão…. Além de tudo do sexo dominante….. daquelas que obrigatoriamente mantem a mãe em contato com a modernidade.

Eu sei que sou meio viajandona, que às vezes estou longe, mesmo estando perto. Que às vezes fujo para longe mesmo estando perto e que algumas vezes não estive perto. Tu sempre falou que criou os filhos para o mundo (não tenho certeza se falou isso), mas ao menos sempre agiu assim. Talvez o que consideramos correto não seja sempre aquilo que nosso coração deseja. E doi, racionalmente não, mas emocionalmente. Imagino que a gente faz muita falta embaixo dessa asa!

Mas queria que tu também desfrutasse da coragem de cada dia criada pela a certeza do teu amor e bem querer. Pela certeza do “eu te pari, eu te criei e mal olhado eu te tirarei”. Pela certeza do “eu gostaria que tu ficasse, mas acho que vai ser bom para ti ir”. Pela certeza do “nós vamos dar um jeito”. Pela certeza de que dizer não é difícil. Pela certeza de que “vale apena comprar as brigas certas”.

Pela certeza que tu vai saber me abraçar, quando eu não quiser, mas precisar.

Eu espero que esse dia das mães sem nenhum de nós por perto sirva para construir em ti essas certezas e colocar mais um tijolinho nessa fortaleza, que nos fortalece. Percorremos ainda a Estrada de tijolinhos dourados, com nossos sapatinhos vermelhos, cruzando volta e meia por um tornado…. mas sempre tendo um totó para nos abraçar.

Espero que os sonhos criados em nossas cabeças com o mesmo amor e fantasia de Bonequinha de Luxo, nos levem cada vez mais longe e mais perto, como tem sido.

Eu tenho algumas certezas e seguranças na vida. Uma sensação de que vai dar tudo certo, em cada trabalho, em cada momento, em cada fim de filme, em cada fim de telefonema, em cada fim de email, em cada fim de chuva.

Talvez seja porque tenho a casa da família em touro, o signo forte e de terra, que tem raízes firmes para crescer.

Ou talvez seja simplesmente porque alguém sabia quando me abraçar.

Te amo muito mais do que geralmente sou capaz de dizer.

Laura (loló)

Um comentário:

Anônimo disse...

que lindo!! tica